segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

La Copa Libertadores es mi obsesión, tenés que dejar el alma y el corazón parte I

Caros Tricolores Tri Campeões do Mundo, finalmente chega o grande momento de estrear na Copa Libertadores da América 2013, três anos depois da ultima participação em 2010 (cujo título escapou por um gol fora de casa que tomamos do Internacional, se passasse não teria como perder para o timinho ridiculo do México na final, era o Tetra).

Vejamos então de onde nasceu toda essa obsessão pela América, não só do São Paulo mas de todos os clubes brasileiros. Em 1960 nasce a maior competição das Américas, organizada em um formato bem diferente dos moldes atuais e o Peñarol do Uruguai foi o primeiro clube a sentir esse doce prazer de se sagrar campeão da Libertadores, aliás Bi Campeão logo de cara porque venceu em 61 também e com isso até hoje o clube de preto e amarelo se mantém como um dos maiores campeões da América com 5 títulos (apesar de estar sumido do mapa desde 1987 sua ultima conquista, reaparecendo somente em 2011 quando perdeu a final para a Santos de Neymar). Santos, de Pelé, que em 62/63 repetiu o feito do Peñarol e foi o primeiro time brasileiro a conquistar "la Copa", como é chamada pelos demais países sulamericanos, e assim ajudou o Santos a ser o maior vencendor brasileiro ao lado do São Paulo, com três títulos também. Naquela época, acreditem ou não, o Paulistão tinha mais importância para o Santos, assim com excursões caça-niquel pela Europa do que a Libertadores, e os antigos torcedores não só so alvi-negro praiano mas também de outros clubes, contam que se o Santos quisesse ter ganha 5, 7 Libertadores naquela época teria ganha certamente com aquele time praticamente imbatível de Pelé e cia (ainda bem que não quiseram, azar deles rs). Sorte de clubes como Independiente e Estudiantes da Argentina que também fizeram seu nome na competição (o Independiente chegou a levar o Tetra SEGUIDO da Libertadores 72/73/74/75), sendo em 74 justamente contra o nosso Tricolor. Hoje Independiente com 7 títulos é o maior vencedor da competição e o Estudiantes, que recentemente em 2009 calou o Mineirão cheio de cruzeirenses, possui 4 títulos (vamos alcançar eles esse ano se Deus quiser).

Fato é que, nos anos 60, 70 e 80 a Libertadores era discriminada pelos clubes brasileiros, que desprezavam a competição jogando com times reservas, e forçando eliminações precoces justamente por não querer "perder tempo com a competição". Dizia-se que a Libertadores era um jogo de cartas marcadas, que os argentinos e uruaguaios jogavam dopados, eram violentos, a juizada tremia em estádios como La Bombonera em Buenos Aires, Centenario em Montevideu e Defensores del Chaco em Asuncion, e por isso os clubes brasileiros ignoravam a competição focando sempre no Campeonato Brasileiro e principalmente nos Estaduais. Em 30 anos de competição somente o Santos de Pelé duas vezes, o Cruzeiro, o Flamengo e o Grêmio uma vez cada um venceram a competição, o que comprova que de fato ela era vista com menosprezo aqui no Brasil. O próprio São Paulo de Muller, Silas, Pita e cia em 1987, foi disputar a Libertadores após ter sido campeão brasleiro em 86 e eu me lembro claramente que o time poupou forças na Libertadores daquele ano (caiu na primeira fase num grupo que tinha Guarani de Campinas, Colo Colo e Cobreloa do Chile), se concentrando no Paulistão onde venceu o arqui-rival Corinthians na final e foi campeão, coisas dificeis de acreditar hoje em dia não é mesmo Torcida Soberana rs?

Assim os anos se passavam e tudo seguia dessa forma até que um clube, uma diretoria, um mestre e 11 soldados resolveram mudar essa história. Começava então, a mais bela aventura de um clube brasileiro pelas América e "La Copa Libertadores" virou obsessão para sempre.

Assim como temos a divisão A.c e D.c (antes e depois de cristo) a Libertadores é divida em dois periodos, A.sp e D.sp (antes e depois São Paulo Futebol Clube). Naquele ano de 92, após conquistar o Brasileiro e o Paulista de 91, a diretoria do São Paulo percebeu que as fronteiras estaduais e nacionais haviam ficado pequenas demais para o Soberano e o clube decidiu FAZER HISTÓRIA! Conversaram com o mestre Telê Santana dizendo que a Libertadores era um desejo antigo do clube, que havia perdido uma final em 74 montou o chamado "Projeto Tóquio". Tele Santana, correto, integro, sério, competente como era a principio torceu o nariz e não viu com bons olhos tal ideia, se baseando na lenda de que a Libertadores era uma competição violenta, um jogo de cartas marcadas etc etc. A diretoria então resolveu pagar o anti-doping para os jogos do São Paulo e ofereceu todas as condições para que Tele Santana (focado a principio na conquista do Bi do Brasileiro daquele ano) mudasse o seu foco e voltasse as atenções para "la Copa". Assim, num grupo com Criciuma, San Jose da Bolivia e o mesmo Bolivar adversário de quarta-feira, o São Paulo mesmo sem dar muita importancia arriscou uma classificação na primeira fase. Detalhe, em jogos pelo Brasileiro tinhamos um bom publico e em jogos de Libertadores no Morumbi tinhamos publicos ridiculos como 5 mil ou 10 mil pagantes para ver os jogos do São Paulo rs. Outro fato que me lembro, era que numa quarta-feira o São Paulo jogava pela Libertadores e no Domingo enfrentava o Palmeiras no Morumbi e Tele Santana simplesmente mandou o time RESERVA na quarta para poupar os titulares para o classico.

Dessa forma mesmo sem dar muita importancia o timaço de Tele Santana com Raí, Muller, Palinha, Cafu, Zetti e cia se classficou para enfrentar o Nacional do Uruguai, Criciuma e Barcelona de Guayaquil chegando assim na decisão daquele ano. Foi mais ou menos assim, o São Paulo pensou, vamos indo de boa, se der deu se não der não deu, mas quando perceberam, tanto clube como torcida (e tambem Tele Santana) já estavam apaixonados por aquela competição! Final em Rosario contra o Newell´s Old Boys 1x0 para o time da casa e tudo ficava para um Morumbi BOMBADO com mais de 120 mil pessoas (eu entrei com o meu ingresso na mão, tamanha loucura naquela noite sem preicsar usa-lo para voces terem uma ideia rs). Jogo encardido, time argentino, catimbeiro e somente no segundo Macedo cavou um penalti executado pelo Rei Raí. 1x0 e angustia nos penaltis!

Na decisão me lembro da cena como se fosse hoje, eu estava na chamada "geral" la embaixo atras do gol de Zetti, que defendeu a cobrança de Gamboa e fazendo a torcida soberana invadir o Morumbi como jamais se viu antes e depois daquela noite de magia. São Paulo Campeão da Copa Libertadores da América 1992, começava ali, a loucura por conquistar a América.

Para não estender muito o post de hoje, vou dividi-lo em duas partes, portanto não percam amanhã Torcida Soberana, sempre aqui no blog do Coração de Cinco Pontas, mais um capitulo da saga Tricolor pelas Américas, histórias de quem viu e de quem viveu, contadas com saudosismo do fundo do coração.

Em tempo, o sr. Mirrai do time de juniores, sem comentários né. Perdemos a Copinha de graça e culpa também do sr. Sergio Baresi que JAMAIS poderia ter permitido esse muleque (ja abalado pelo gol incrivel que perdeu no jogo) bater penaltis. Que infelicidade Torcida Soberana, até o proximo post!

http://www.youtube.com/watch?v=6D_sOW-XX3k




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