História do São Paulo F.C


O início da história

Começamos a surgir quando o grande Clube Atlético Paulistano decidiu fechar seu departamento de futebol, porque não queria se profissionalizar, sendo na época 100% amador. Na mesma época, a Associação Atlética das Palmeiras sofria financeiramente, apesar de ter um belo campo na Chácara da Floresta, na região do Rio Tietê. Os dois resolveram se unir, formando o São Paulo da Floresta, com as cores vermelho (do Paulistano) e preto (do A. A. das Plameiras), sob fundo branco.
O primeiro do São Paulo da Floresta foi contra o Ypiranga, o São Paulo se saiu vencedor, vencendo por 3x1, em março de 1930. O primeiro gol do Tricolor foi marcado por Formiga. No ano seguinte, completando seu primeiro aniversário de vida, o São Paulo da Floresta se tornou campeão paulista pela primeira vez.

No entanto, em 34, empolgada com o sucesso do time, a diretoria deu um passo maior do que a perna e comprou uma sede luxuosíssima, chama Trocadero. As dívidas provenientes dessa compra levaram o clube à falência e geraram mais uma fusão, desta feita, com o Clube de Regatas Tietê. Os sócios, inconformados, fundam o Grêmio Tricolor, numa tentativa desesperada de preservar o São Paulo. No ano seguinte, foi criado o Clube Atlético São Paulo.


O dia sagrado da criação do São Paulo FC

No dia 16 de dezembro de 1935, depois de uma reunião de quatro horas com 235 dos principais associados, liderados pelo abnegado Porphírio da Paz (autor do hino oficial do clube), foi oficialmente criado o São Paulo Futebol Clube, cujo primeiro jogo aconteceu menos de um mês depois, no dia 25 de janeiro de 1936, contra a Portuguesa Santista (vitória tricolor por 3x2). No ano seguinte, mais uma fusão, desta vez, com o Estudante Paulista, clube paulistano que era inspirado no argentino Estudiantes de La Plata. O São Paulo herdou, então, um time já formado e bom de bola, treinado pelo hoje lendário Vicente Ítalo Feola.


Em 1940, um fato político colocou o clube nos holofotes das grandes agremiações brasileiras. Durante a inauguração do estádio do Pacaembu, estava presente o presidente Getúlio Vargas, que não gozava de grande popularidade entre os paulistas depois da Revolução de 30 e da Revolta Constitucionalista de 32. A cerimônia de inauguração começou com os desfiles das delegações dos times, encabeçados por Corinthians e Palestra (hoje Palmeiras), devidamente saudados por suas torcidas. Quando surgiu a delegação do São Paulo, a menor de todas, o estádio explodiu ovacionando o clube que tinha as cores da bandeira paulista. Era uma alfinetada estrondosa e espontânea do povo paulista contra Getúlio que acabou criando para o clube a pecha de "O Mais Querido". São Paulo, o santo padroeiro da capital paulista, sorria feliz ao ver o clube que levava seu nome conquistar a massa paulistana. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o São Paulo comprou o estádio do Canindé e, em 42, faz sua maior contratação até então: Leônidas da Silva, artilheiro do Mundial da França, o Diamante Negro. Recebido na estação de trem do Brás por 10 mil pessoas, sua estréia, em maio daquele ano, trouxe um público recorde ao Pacaembu que jamais foi igualado depois: 70.281 pessoas. O jogo foi contra o Corinthians e terminou empatado em 3x3. O homem que inventou a bicicleta levou o Tricolor a ser campeão em 1943, chegando depois a dois bi-campeonatos: 45/46 e 48/49. Em 51, Leônidas se tornou treinador da equipe pelas mãos do dirigente Paulo Machado de Carvalho, mas não conseguiu se sair bem na nova função.


MorumbiA construção do templo sagrado, o Morumbi

Em 1952, o então presidente Cícero Pompeu de Toledo recebe o jovem Laudo Natel (que depois seria presidente do clube e governador do estado de São Paulo) para discutir a venda do estádio do Canindé para que se iniciasse a construção de um grande estádio, que daria a independência financeira definitiva ao clube. Foi assim que começou o projeto de construção do grande estádio do Tricolor. O projeto se inicia naquele mesmo ano e, no seguinte, o Tricolor era campeão paulista mais uma vez, ao mesmo tempo que se iniciavam as obras para a construção do estádio.


Em 56, o Canindé foi vendido para a Lusa e, no ano seguinte, o São Paulo foi campeão estadual mais uma vez. Na verdade, esse título de 1957 encerrou um ciclo do clube, que amargaria um jejum de 13 anos sem título, uma vez que a construção do Morumbi esgotava todos os recursos do clube, que não conseguia investir na equipe. Mas vale lembrar que o C... também iniciou um jejum de títulos na mesma época, só que o do Tricolor acabou em 1970, enquanto o do C... só em 77. E o São Paulo ainda tinha a desculpa de estar investindo todo dinheiro possível na construção do estádio...

A construção do Morumbi ainda não estava finalizada, mas o São Paulo inaugurou parcialmente o estádio em 2 de outubro de 1960, vencendo o Sporting de Lisboa com um gol de Peixinho, diante de um público de 56 mil pessoas. Cícero Pompeu de Toledo, o grande batalhador para sua construção, batizou o estádio mas não viveu o suficiente para vê-lo pronto.

A década de 60 foi muito difícil para o São Paulo, pois a construção do estádio exauria as finanças do clube, que não podia investir em jogadores. Na verdade, como naquela época os jogadores criavam raízes nos clubes, os do São Paulo chegaram mesmo a ajudar o time. O lendário goleiro Poy, por exemplo, foi um dos primeiros a comprar uma cadeira cativa no estádio e ainda ajudou a vender muitas delas para os torcedores.

Para piorar as coisas, foi justamente nessa época que o Santos de Pelé estava no auge, tirando qualquer chance do modesto time do São Paulo ganhar alguma coisa. Porém, vale lembrar que em 15 de agosto de 63, o Tricolor enfiou 4x1 no então imbatível time do Pelé, fazendo com que o Peixe, envergonhado, iniciasse um cai-cai de jogadores dentro de campo para que a partida fosse logo encerrada. Sim o Santos jogou com Pelé, Pepe e Dorval. No dia 25 de janeiro de 1970, o Morumbi era inagurado por completo, em toda sua plenitude, diante de um público de 100 mil torcedores. O jogo foi contra outro time português, o Porto, e não passou de um empate em 1x1. Até o presidente do país (o sanguinário General Médici) esteve presente à inauguração. 

Era hora de começar a investir em um time forte de novo e, de cara, vieram Toninho Guerreiro, Gérson e o uruguaio Pablo Forlan. Não deu outra: naquele mesmo ano o São Paulo voltou à rotina de ganhar títulos e foi campeão paulista de 1970, repetindo a dose em 71, desta feita, com o reforço de outro uruguaio, Pedro Rocha.

1971 também foi o ano em que foi disputado o primeiro Campeonato Brasileiro. E, logo de cara, o Tricolor foi vice-campeão, classificando-se, pela primeira vez, para disputar a Taça Libertadores da América. Em 73, novamente o São Paulo chegou muito perto, mas não conseguiu seu primeiro título nacional. Em 74, o Tricolor chegou à final da Libertadores contra o argentino Independiente, mas perdeu no jogo extra de desempate, acontecido no Chile.


O início das glórias nacionais

Enquanto a esfera nacional e internacional o Tricolor já começava a mostrar suas garras, na estadual continuava a rotina de vitórias sendo campeão paulista de 75 com o mago Valdir Perez. Em 77, finalmente o primeiro título brasileiro. O São Paulo ganhou do Atlético (MG) em pleno Mineirão lotado com mais de 100 mil pessoas. Mais uma vez, brilhou a estrela de Valdir Perez, que pegou pênaltis decisivos. No ano seguinte, embalado pela conquista anterior, foi à final do paulistão contra o Santos, mas perdeu.


Em 81, mais uma vez o SPFC chegou às finais do Brasileirão após eliminar o Botafogo carioca em uma virada histórica, no Morumbi, diante de 98 mil torcedores. Na final, porém, o Grêmio gaúcho levou a melhor e sagrou-se campeão brasileiro daquele ano. A compensação veio no Paulistão daquele ano (veja foto do time campeão), ganho em cima da Ponte Preta.

Em 84, o técnico Cilinho implantou uma nova política no clube: investir em jovens valores. A idéia criou uma geração de jogadores chamados de Menudos do Morumbi que, em 85, levariam o São Paulo a ser campeão paulista em cima da Lusa.

No ano seguinte, a Seleção tirou metade do time para jogar a Copa do Mundo, deixando o Tricolor órfão no Paulistão e com poucas chances de chegar ao bi. Foi exatamente nessa época que começou a nascer um sentimento anti-Seleção entre os rockeiros são-paulinos que perdura até hoje. Com a volta da molecada da Seleção, não deu outra: o SPFC foi campeão brasileiro de 86 numa final eletrizante contra o Guarani. 

Em 89, o time foi campeão mais uma vez e, dessa vez, sem grande esforço, ganhando do pequeno São José. No mesmo ano, o SPFC chegou à final do Brasileirão, mas perdeu para o Vasco, num jogo em que o goleiro Acácio fez milagres e evitou a vitória tricolor. O São Paulo terminou aquela década como o time paulista que mais conquistou glórias, mas, em seguida, passou por um período difícil que abriu as portas para o início da Era Telê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário